sábado, 28 de julho de 2012

Divulgando a Copa Montana em Santa Catarina



                      O contato com o público é algo fundamental para o automobilismo, colocar as pessoas em contato com as máquinas traz uma grande alegria para elas, desde os mais novos até os mais velhos. Aqui por exemplo em Santa Catarina que não possui um autódromo, elas não têm nenhum contato direto apenas pela televisão, a reação do público é impressionante, não tem quem não pare para dar uma olhada. É o trabalho de marketing além das pistas, informar sobre a categoria, divulgar os patrocinadores, atrair novos parceiros, é algo essencial, eu particularmente me sinto muito à vontade desenvolvendo este serviço, é muito gratificante quando falo para uma criança que sou o piloto do carro, o sorriso que elas abrem no rosto, aquele sentimento de felicidade delas, não tem preço, às vezes eu não percebo o quanto posso influenciar as pessoas.

Cordeiro chefe da equipe
                    Nossa primeira exposição foi em parceria com a concessionária Chevrolet Marambaia em Balneário Camboriú – Santa Catarina, cidade sede da minha equipe a Cordeiro Competições. Nosso pedido feito ao Sr. Osmar de Souza Nunes Filho, o Mazoca foi atendido, o que me deixou muito contente. Deixamos a montana um final de semana, no qual estava sendo realizado o feirão do IPI zero. A reação do público foi muito produtiva, estava muito feliz em poder mostrar nosso trabalho as pessoas, e todos ficaram muito satisfeitos, elogiaram muito o carro em todos os detalhes, novos contatos surgiram além de divulgar nossos parceiros.  

Concessionária Chevrolet Marambaia - Balneário Camboriu / SC




                No outro final de semana foi a vez da filial em Itajaí localizada na praia Brava, uma das praias mais bonitas e badalada da região. A reação continuou sendo a mesma, atingindo a um novo público, alguns amigos me falavam, " eu vi seu carro la na marambaia, muito show", para certas pessoas talvez seja a única oportunidade de ver um veiculo deste porte. Todos da concessionária foram muito atenciosos e cuidadosos, nos deram total apoio, ficaram impressionados a toda tecnologia, e por saber que existia uma equipe da Copa Montana na cidade. Meu patrocinador o Energético Nitrix esteve presente e elogiou muito o equipamento, eles também estao residindo em Balneário Camboriú e estão se destacando pelo Brasil.


Concessionária Chevrolet Marambaia - Itajaí / SC





               Fechando a série de divulgação no mês de julho, recebi o convite da MotorBiz Marketing Esportivo de comando do Ricardo Favaro para expor o carro no Campeonato Brasileiro de Kart que seria realizado no Beto Carreiro em Penha/SC. Foi uma oportunidade única, seria muito bom colocar o carro perto de futuros campeões. Levamos o carro no sábado, seria apenas um dia, ao chegar a reação dos pilotos com idade inferior a 12 anos foi incrivel, mesmo no meio automobilistico muitos ainda não tinham tido o contato com uma pick-up montana. Reencontrei muitos amigos do kart que me parabenizaram pelo meu trabalho e elogiaram muito a qualidade do meu carro. Foi uma ótima oportunidade que tive, o automobilismo profissional é desta forma, todo o trabalho está sendo realizado com muita dedicação, para obtermos todos os objetivos necessários.


Presença no Campeonato Brasileiro de kart - Beto Carreiro - SC


 




terça-feira, 8 de maio de 2012

2012 - Copa Chevrolet Montana


             

               Depois de passar as férias com minha família voltei para Camboriú e continuei o trabalho para a Copa Chevrolet Montana. O contato com as empresas continuava, havia algumas possibilidades de aprovação. Continuava também na montagem do carro. Não obtive nenhuma resposta positiva de todas as empresas que fiz contato, algumas deixaram em aberto para durante o ano fazer alguma negociação, então decidimos que precisávamos de algum profissional para estar fazendo os contatos, alguém já especializado que tinha uma afinidade com certas empresas. Firmamos um acordo com uma empresa especialista para estar fazendo os contatos, era bem difícil, pois o ano já tinha começado e muitas das empresas já tinham feito seu fechamento de marketing, mas ainda havia alguma possibilidade. Na oficina o trabalho continuava com a preparação da carreta para o transporte dos carros e equipamentos.



carreta da equipe em fase inicial

             
              A equipe precisava se estruturar, precisávamos da estrutura de box, da carenagem do meu carro entre outras peças. Começamos a negociar um possível segundo carro para estar alugando a outros pilotos, então fizemos um acordo com a Vogel Motorsport e adquirimos um carro deles o qual era do beto cavaleiro na temporada de 2011, também entraram no pacote a estrutura de box e algumas peças de reserva, também a carenagem para o meu carro. A equipe agora começou a negociar outra vaga com outros pilotos. A equipe contratou um nome importante para fazer a engenharia do carro, o Zé Maria Fernandes, profissional que trabalha a mais de 30 anos no automobilismo brasileiro, atualmente se encontra na equipe Ebraim Motorsport da GT3. Para a parte de telemetria dos carros a equipe irá contar com o trabalho do jovem Ramonn Sedlacek, formado em engenharia de materiais na UFSC, foi integrante do programa Engemarks para novos tecnicos na area do automobilismo, além de acompanhar o desenvolvimento da equipe Campeã na GT-4 em 2011.

engenheiro Zé Maria


          
             A temporada da Copa Montana começou, infelizmente não podemos participar, ainda não tínhamos recursos e nenhum piloto fechado para a segunda vaga, mas não desanimei, sei que o importante é iniciar este ano, continuar a fazer os contatos, realizar a divulgação da equipe, encontrar pilotos para a segunda vaga, o trabalho não para. A equipe recebeu um compressor de patrocínio da empresa Tecnisub, um parceiro importante para a equipe.

segundo carro da equipe

          Aconteceu na cidade de Balneário Camboriú o evento de carros antigos o Santa Catarina Custom Show, em contato com eles, me disponibilizaram um espaço para a divulgação do carro, foram 3 dias de evento que atraiu muitas pessoas, ele foi realizado no estacionamento do teleférico do parque Unipraias.


santa catarina custom show

         O trabalho no meu carro com a carenagem estava pronto, foram feitas as adaptações necessárias para a nova carenagem, ela foi pintada de vermelho que é a cor da equipe.

meu carro com a pintura nova

         Apesar das dificuldades nos patrocínios, eu me sinto muito grato a este momento na minha carreira, estou fazendo parte de algo único, estou contribuindo para o surgimento de uma equipe, em uma categoria na qual estou a muitos anos querendo participar, com certeza todo este esforço, dedicação e sacrifício será convertido em ótimos resultados, em termos técnicos vai ser muito positivo, trabalhei na montagem de cada item, tenho conhecimento de tudo ali no carro, isso vai ser vital nos finais de semana da corrida.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

2011 - Copa Pinhais de Marcas & Pilotos e o Inicio para a Copa Montana

Stock 5000 - Copa Pinhais de Marcas e Pilotos

                   O ano começou com a decisão do Sr. Cordeiro partir para as categorias no asfalto, a opção seria a Copa Pinhais de Marcas e Pilotos que é realizada no autódromo internacional de Curitiba. Disputaríamos em duas categorias, a Stock 5000 na qual prepararíamos um ômega para eu pilotar, e na Marcas B onde alugaríamos para o piloto Helinho Comicholi Neto.




            Começamos a preparação do ômega, tínhamos 2 meses para montá-lo, foram dias e noites de muito trabalho. A primeira fase aconteceu com a limpeza da carroceria que já estava pronta com santo-antonio, depois montamos a suspensão, diferencial, o interior, a preparação do motor ficou por conta da F&F do Arildo Frankberger. Em uma viagem para São Paulo fomos buscar 2 cambios com a Hot-Car, na volta perto de Curitiba, o Golf que estávamos perdeu o controle e acabamos capotando, foi um momento bem tenso, mas graças a Deus, eu e o sr. Cordeiro saímos ilesos, somente a perda total do veiculo. Faltando 1 mês para o inicio do campeonato viajei a Mato Grosso do Sul buscar recursos com o Governo, mas não obtive sucesso, mesmo assim sr. Cordeiro decidiu participar da corrida com recursos próprios e ainda fazer a divulgação do estado.  A pintura foi feita, vermelho Ferrari, o carro ficou muito bonito.

                                                                 
             

             A preparação do Gol para a Marcas B foi mais tranquila, o carro estava pronto, instalamos a injeção eletrônica, colocamos a Fuel tech, ganhou um motor novo também da F&F e amortecedores preparados pela Boettger Competições.
             Chegou o fim de semana da corrida, estava bastante nervoso, fazia muito tempo que não pilotava em Curitiba, conhecia muito bem a pista, um fator que me deixava mais tranquilo. Nos treinos fui me adaptando aos poucos, quando comecei a andar rapido senti uma vibração no cardan, o que me deixou preocupado, parei no box e a equipe conferiu, voltei para pista e o problema continuou, nao tinha condições de andar rápido. Fui para a tomada de tempo, mesmo assim consegui um bom tempo, mas o cardan acabou quebrando a capa seca do cambio. Trabalhamos durante a noite para trocar o cambio e o cardan, pela manhã no warm-up fui testar o carro, apresentava a mesma vibração, não forcei mais o carro e fui para o box, não consegui disputar a etapa.
            Sem conseguir os patrocínios, não disputei mais nenhuma etapa, a equipe continuou com o piloto netinho na Marcas B, fomos algumas etapas com ele, estava agora trabalhando somente com a equipe no acerto do carro e assessorando ele na pista. Foi muito importante para mim, aprendi bastante coisa sobre carros tração dianteira, conheci algumas equipes, foi trabalho duro, mas muito gratificante. Fizemos parceria com um novo preparador de motor a AGB de indaial, desenvolvemos um motor, sempre muito atencioso o anderson, nos ajudou muito com a equipe.

Motta, Netinho, Cordeiro, Maicon e Silva



                Fui para Campo Grande passar minha folga de 15 dias, quando estava la, recebi uma noticia inesperada so Sr. Cordeiro, ele negociou o Stock Car da Boegtter que o Alceu Feldman disputou em 2008, este chassis da Stockcar até 2008 é o mesmo utilizado pela Copa Montana, nós converteriamos ele para a categoria, foi uma notícia e tanto, chorei na hora, sr. Cordeiro estava bastante empenhado. Quando voltei fomos a timbó buscar o carro, ainda tinha muita coisa para ser feita no carro, teria muito trabalho no carro e no projeto que teria q ser desenvolvido para a captação de recursos. A oficina foi reformada para podermos trabalhar melhor e atender ao padrão da categoria.


Sede da Boegtter Competições em Timbó/SC

Stockcar da Boegtter



            Com bastante trabalho pela frente, começamos a desmontar a carenagem antiga, pois agora seria a da Chevrolet Montana, revisamos toda a suspensão e unibolls, adquirimos o novo diferencial e revisamos outros componentes. A verdadeira batalha era mesmo a do patrocínio, desenvolvi junto a um conhecido o novo projeto para a categoria, comecei a cadastrar as empresas em potencial, foram quase 400 somente no estado de Santa Catarina, algumas de cara disseram não, algumas se interessaram, o trabalho tomava muito tempo e paciência, marquei algumas reuniões nas quais foram bem produtivas, todas tinham o tempo certo de analize e aprovação, em todas estava com o tempo certo, aos poucos foram chegando os resultados negativos, logo vi que tinha que buscar outra alternativa, a de contratar especialistas na área, mas eram muito caros, não tinha condições. Os recursos próprios estavam acabando, no final do ano, havia uma grande possibilidade de uma multinacional entrar no mercado brasileiro, eles se gostaram muito da proposta, mas haveria muita burocracia para a aprovação.


Transformação para a Copa Montana


Diferencial Holinger - Copa Montana








terça-feira, 10 de abril de 2012

2010 – Revivendo



            Minha situação pessoal continuava nas piores, não havia outra forma a não ser um tratamento em uma comunidade terapêutica de no mínimo 6 meses, no começo do ano minha mãe visitou algumas em campo grande, mas eu não queria, ela sabia que se eu não tivesse vontade pessoal não iria ter efeito.
           Em abril ela me disse que tinham indicado a comunidade Reviver na cidade de Camboriú / Santa Catarina, quando ela me disse senti vontade de mudar minha vida, tinha que esperar um mês para poder ir, na semana de eu ir, a pessoa que ficou em tratamento na comunidade veio em minha casa explicar sobre o lugar e o tratamento. Quando ele estava vendo minhas coisas, viu que eu era piloto, então ele me disse que o dono da comunidade Sr. Cordeiro também trabalhava com automobilismo, foi algo que me motivou muito, ele falou que eu poderia ir para a oficina trabalhar e quem sabe até voltar a correr.
          Cheguei a comunidade e comecei a desenvolver o tratamento, seriam 6 meses, com tarefas com base no sistema minessota, reuniões espiritualizadas, laborterapia pela manha em diversas áreas como limpeza das casas, jardinagem, horta, gado, canil, cozinha, marcenaria, oficina, construção civil, lavanderia e serviços gerais, também aprenderia sobre o NA – narcóticos anônimos, atendimento psicológico, lazer com academia e campo de futebol.
          Passei pelo psiquiatra e ele não receitou medicamentos, ele me disse que quando se ve a necessidade não é recomendado. Durante 4 meses passei por algumas laborterapias como jardinagem, limpeza das casas, horta e cozinha. Em conversas com Sr. Cordeiro ele me disse que haveria possibilidade de eu voltar a pilotar, isso só dependia de mim. Foi quando eu fui colocado para fazer labor na oficina, comecei lavando os carros de corrida, fazendo a limpeza da oficina e preparando as peças para pintura.
          Estava muito bem, aprendendo bastante sobre mim, sobre ser um adicto, estava desenvolvendo uma força que jamais havia sentido antes. Em conversa com ele, falei que tinha um fusca de speed parado em Campo Grande, certo dia ele recebeu a noticia da Federação Catarinense que estava sendo criada uma categoria a TCC que poderia correr fuscas speed, brasilia e chevete, ele ficou bastante animado e perguntou se eu não queria trazer ele para cá, haveria alguns custos, conversei com minha mãe e ele topou rachar os gastos. Estava muito motivado, com muita vontade na vida, agora era algo real, algo que estaria acontecendo.
          O fusca chegou à comunidade, nas horas de lazer comecei a fazer a revisão nele, daria tempo de fazer a ultima etapa do campeonato. Precisava de um motor, conversei com meu preparador o Totti, ele tinha um motor que poderia ser vendido, viajei para londrina e trouxe de ônibus o motor embalado. Faltando algumas semanas para a corrida o fusca estava pronto e funcionando.



       

                A corrida seria na cidade de Ascurra distante 60 km de Camboriu, estava muito nervoso, fazia muito tempo que não entrava nas pistas, o pessoal da FAUESC e os pilotos foram muito acolhedores, todos sabiam da minha situação e me deram muita força. Nos treinos foi pegando o ritmo aos poucos, me adptando a tocada de terra novamente, já tinha pilotado na terra, mas as pistas em SC são diferentes, tem mais grip e se parecem mais com o asfalto. Na tomada de tempo estava rápido e disputando a pole, fiquei com o segundo lugar, estava bem contente, Sr. Cordeiro e a equipe estavam bastante satisfeitos. Antes da largada meu coração parecia sair pela boca, larguei e na primeira curva assumi a liderança, mantive um ritmo forte e fui abrindo do segundo lugar, ganhei a primeira bateria, comemorei muito, chorei muito, estava muito feliz. Na segunda bateria larguei em primeiro, abri um pouco do segundo, mative um ritmo, resolvi poupar equipamento, faltando algumas voltas ele encostou, poderia abrir caminho e chegar em segundo para garantir o primeiro lugar no pódio, foi o que fiz, terminei em segundo e no geral fui o campeão da etapa.



          Teria mais uma chance para eu correr naquele ano, a equipe estava com um carro para disputar o catarinense de marcas B, nunca tinha andando de tração dianteira, era uma tocada muito diferente, resolvemos disputar a ultima etapa que também aconteceria em Ascurra. Chegamos a etapa , nos treinos tive muita dificuldade na tocada, era muito diferente, mas aos poucos fui me adaptando, na tomada de tempo fiz o 6º tempo, seria desta vez uma única corrida, na largada fui para a 4ª colocação e me mantive na cola do 3º, após algumas voltas escapei, mas sem nenhuma avaria, voltei e terminei as voltas, ficando em 4º, fiquei feliz com a experiência, foi algo totalmente novo.




       

              O ano chegou ao fim, terminei meu tratamento, estava muito bem comigo mesmo, trabalhando com algo que eu amo, minha família estava em paz, eu só tinha que agradecer a Deus.


2009 – A Pick-up Racing

           O ano começou muito difícil, todo meu uso de drogas veio a tona para minha família, eu havia chegado no fundo do poço, minha família agiu firme e me internaram em uma instituição em Campo Grande, não sabia como iria ser, mas precisava ir, depois de muita conversa resolvi ir.
           Foram quase 3 meses internado, aprendi um pouco sobre mim, sobre como ficar limpo, meus defeitos e minhas qualidades, não foi fácil, fugi uma certa noite, durmi na calçada devido a remédios. Em uma visita, minha namorada me pediu em casamento, fiquei muito feliz, ela era uma mulher forte, que enfrentava muitas coisas por mim, sem ela seria difícil eu ter conseguido.
           Quando sai, continuei minha vida, mas ainda não estava forte, parecia que estava faltando algo, talvez eu não tinha entendido como era que tinha que ser. Depois de uns meses decidi terminar meu noivado, não estava feliz, não era porque ela não me amasse, nem nada por ela, mas minha vida tinha que tomar outro rumo.
           Decidi tomar minha carreira de volta, agora na Pick-up Racing, elaborei um novo projeto, novos contatos, fiz matérias em jornais, era um projeto para 2010, fui na corrida em Campo Grande, conversei com as equipes, estava tudo bem encaminhado. Mas sofri uma recaída, me envolvi com algumas pessoas e voltei ao uso, tudo perdido novamente.
          No fim do ano nos mudamos para um apartamento que era da minha vó, a situação financeira não era muito boa, estávamos passando por um momento difícil.

2008 – Um ano para se lembrar

            O ano começou com a família se mudando para uma casa, isso daria novos ares. Minha mãe decidiu deixar a oficina e contratar algum para fazer a parte dela. Tentei gerenciar a oficina por um tempo, mas não tive condições, então decidimos arrendar para a pessoa que já estava como gerente.
           Conheci uma garota, pensei que poderia ser a pessoa que poderia me dar forças e recuperar tudo o que havia perdido, mas foi o contrario, minha vida estava indo cada vez mais para baixo, tinha que lidar com um sentimento que era mais forte do que eu.
          Minha carreira estava totalmente parada, sem projetos, sem reuniões, nada.
         Para fazer alguma coisa na vida, conversei com meu irmão de comprarmos um carro e começar uma locadora de veículos. Compramos um palio, fizemos uns cartões e começamos o negocio, alugamos para uma pessoa durante 4 meses, foi bem legal, depois continuamos alugando para pessoas diretamente nos Hotéis.
         O ano terminou, mesmo namorando com uma garota que enfrentava tudo por mim, meus problemas com as drogas ainda era muito serio, não sabia o que fazer, como mudar, era algo muito mais forte que eu.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

2007 – Um grande guerreiro se foi – meu Pai

                  




                   Buscando recursos através da Lei Federal, estive em alguns parceiros da oficina, o projeto não foi para frente pelo fato de a lei ainda ser muito nova, as empresas não sabiam lidar ainda com a burocracia, não tive mais condições de ficar indo atrás de parceiros e decidi dar um tempo para buscar recursos.
                  Em alguns exames feitos em São Paulo, o médico do meu pai disse à família que a carga viral Hepatite C estava muito alta e havia comprometido o novo fígado, ele teria que fazer um novo transplante e com suas condições debilitadas seria muito improvável de resistir, ele teria que tentar se recuperar para poder tentar um novo transplante e desta vez teria que ser um fígado todo, a opção intervivo não se encaixava mais.
                 No dia 14 de setembro ele passou mal em casa e foi levado ao hospital, passou à noite na UTI, pela manha minha mãe me acordou e me falou para ir ao Hospital visitar ele porque poderia ser a ultima vez que eu o veria. Quando cheguei ao hospital a recepcionista me disse que o horário de visita já tinha acabado, quando estava voltando para casa minha mãe ligou e disse que ele havia falecido, fiquei arrasado, ele tinha ido, o velório e o enterro foram muito tristes.
                 Meu Pai foi uma pessoa incrível, um verdadeiro pai de família, me ensinou muita coisa, me serviu de muitos exemplos, um homem muito justo, amoroso, dedicado e honesto. Meu amor por ele será eterno, nossas lembranças estarão sempre na minha memória, nossas conquistas, nossas derrotas, minha vida nunca mais será a mesma.
                 Foi um sentimento de perda muito grande, ele era mais que um pai, era alguém que eu estava no dia a dia, alguém que eu confiava totalmente, um melhor amigo, alguém que me dava força, amor, era como uma pipa tivesse perdido a linha, estava jogado ao vento. Foram meses difíceis até o fim do ano, mas a família ainda tinha uma pessoa capaz de superar tudo isso, uma guerreira, uma mulher de fibra, alguém com a força de comandar, minha mãe.
                 Minha vida estava tomando um rumo para um lado não muito bom, drogas e álcool era a única forma que encontrei de mascarar todo esse sentimento, estava me afundando muito rápido, só queria saber de festas, tinha perdido todas as esperanças de pilotar, para mim minha carreira estava acabada, não encontrava forças em nada, me afastei de todos do automobilismo, não queria mais ir às corridas e nem andar de kart.

2006 – O surgimento da Lei Federal de Incentivo ao Esporte

             O ano começou sem muitas expectativas, não obtive respostas positivas para disputar a Stock Car Light, não teria condições de estar nas pistas, me voltei novamente a me concentrar em meu trabalho. O ano marcou algo importante em minha vida fiquei noivo de minha namorada, estava muito feliz, sabia que ela era alguém para vida toda.
             Também começaram os exames para definir quem seria o doador para o transplante do meu pai. Após alguns testes foi decidido que o fígado do meu tio Eduardo era o mais compatível com seu organismo. A cirurgia foi marcada e todos da família foram para São Paulo, tudo ocorreu bem, ele se recuperou alguns dias e voltamos para Campo Grande. O clima ainda era tenso na família, era uma recuperação delicada.
            Abriu o curso de Gestão em Oficina Mecânica na Faculdade Unaes em Campo Grande, prestei o vestibular e passei, o curso era de 2 anos e meio,  seria muito importante para mim,  o curso ensinaria sobre contabilidade, administração e outros itens para um gerente de oficina mecânica, alguns amigos do automobilismo estavam fazendo também, o que facilitou o entrosamento.
           Na metade do ano meu noivado foi desfeito, a mulher que eu estava para casar ainda não sabia o que era ter dificuldades na vida, foi um momento muito difícil, sofri muito, entrei em depressão, larguei a faculdade, não queria mais trabalhar, não queria mais nada na vida. Graças ao amor dos meus Pais e irmãos consegui superar, recuperei minhas forças e voltei a vida.
          No fim do ano um amigo meu que morava em Florianópolis me deu uma boa noticia, estava sendo sancionada a Lei Federal de Incentivo ao Esporte, era parecida com a Lei do Mato Grosso do Sul só que seria através do Imposto de Renda, as empresas poderiam contribuir 1% e as pessoas físicas 6% do que era pago ao Governo Federal,  isso me deu bastante motivação para ir atrás de patrocínios, não quis comentar nada ao meu pai, ele estava ainda se recuperando do transplante e não queria tomar suas poucas energias, então busquei fazer com a ajuda de amigos, estudei a lei e marquei algumas reuniões. A lei era uma excelente oportunidade, mas sabia que mesmo assim era muito difícil se conseguir recursos, era uma lei nova e isso fazia com que as empresas tivessem muito receio e pouco conhecimento.
        O ano terminou com uma luz no fim do túnel, as coisas em casa ainda estavam muito difíceis, a família tinha que se dividir em atender ao meu pai e ao gerenciamento da oficina.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

2005 – O início de um busca pessoal

                O ano não foi de muito movimento para minha carreira, mas aconteceram alguns fatos. Surgiu o convite de uma equipe brasileira a Essencial Motorsport chefiada pelo Carlão, para disputar o Campeonato de Fórmula 3 Inglesa, a equipe bancava uma parte dos custos, mas precisava ainda de patrocínio, e quando se fala em Inglaterra, estamos falando em euros. Buscamos recursos em Mato Grosso do Sul, tivemos algumas promessas de empresas e políticos, até me falaram para arrumar as malas que o dinheiro estava garantido, mas não passou disso. Continuei me dedicando na oficina, a empresa estava crescendo, tínhamos acabado se ganhar a licitação da manutenção de veículos da Policia Federal de Campo Grande, um serviço de muita responsabilidade, o prazo e a qualidade do serviço eram muito cobrados.
          Para me distrair, nos fins de semana  encontrava os amigos no kartódromo e andava de kart, nas corridas de Stockcar, F-truck, e nos campeonatos estaduais de autocross e arrancada estava sempre presente, fiz amizades muito boas, pessoas que estarão sempre na minha vida.
          A saúde do meu pai estava cada vez mais grave, ele teria que fazer o transplante do fígado, seria pelo sistema intervivo, onde o paciente recebe uma parte de um fígado de uma pessoa viva, entraram na lista para serem doadores eu e meu tio Eduardo. Diante deste quadro, comecei a tomar frente e criar uma proposta de patrocínio para a Stockcar Light, uma categoria nacional que serve de acesso para a Stockcar, com um custo acessível para a realidade do automobilismo brasileiro, marquei algumas visitas em empresas da região, era o começo de um trabalho em longo prazo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

2004 – Despedida da Speed Fusca

           O ano começou com algumas mudanças, a minha oficina passaria a fazer todas as manutenções no carro e no motor, tínhamos aprendido bastante com o meu preparador Totti, para diminuir as despesas, decidimos nos tornar independentes. Também houve mudanças no regulamento da Speed Fusca, passariam a fazer parte do grid, mas em outra categoria, fuscas com motor VW AP 1.6. 
           Minha participação no campeonato foi rápida, disputei apenas 4 etapas, onde venci uma delas e nas outras tive problemas. Decidimos sair da competição e nos concentrar apenas na nossa oficina.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

2003 - Speed Fusca - Primeiro Campeão Sul-Matogrossense de Velocidade no Asfalto







Eu e meu Pai na Speed Fusca




              No inicio do ano a FAMS - Federação de Automobilismo de Mato Grosso do Sul anunciou o primeiro campeonato de velocidade no asfalto, seria a estréia de um campeonato no Autódromo Internacional de Campo Grande. O presidente da Federação Nelson Pereira entrou em contato com meu pai para me colocar no campeonato, já que eu estava sem disputar nenhum campeonato. Seria muito produtivo para manter não perder o contato com as pistas, além de agregar um maior valor para a categoria. O campeonato teriam 2 categorias a Speed Fusca e a Fórmula Uno, o Nelsinho me indicou a Speed Fusca por eu ja ter experiência com tração traseira.
            Fui atras de um carro para competir, os recursos não eram muitos, meu pai conseguiu patrocínio de algumas empresas. Encontramos um fusca para competir, a categoria utilizava o chassis do fusca original, suspensao preparada para pista, motor 1.6 com dupla carburação movido a etanol, o regulamento permitia algumas alterações para não aumentar os custos, tornando-a acessível para muitos. Contratei um mecânico e fizemos os acertos necessários para competir, iria ter uma prova de exibição. A festa foi bonita, não tinha muitos critérios tecnicos, era apenas para lançar a categoria mesmo, levei meu carro andando pela rua até a pista, isso que a pista fica 10 km da cidade, foi adrenalina hein, mas cheguei vivo, na corrida tive alguns problemas e acabei abandonando.
           
Pole position na 1ª etapa



            O Campeonato iria começar para valer, vimos que precisavamos de equipamento para competir, durante aquela prova de exibição conheci um preparador de Londrina, o grilo. Telefonei para ele, ele me chamou para ir para casa dele ver o que podia fazer por mim, arrumei minha mala e peguei um ônibus, chegando la fui muito bem acolhido pela sua familia, ficava o dia todo na oficina com ele, me mostrou todos os speeds, me ensinou muita coisa, ele não tinha nenhum carro para vender e todos seus motores estavam reservados. Chegou em sua oficina um preparador amigo seu e tambem piloto, o Leandro Totti, ele me disse que tinha um speed para vender. Fui ver o speed, o carro era muito bem feito, ele me disse que nao tinha melhores posições porque o piloto tinha 140 kg, liguei para meu pai e fechei o negócio.


Eu e o Marcio Alex momentos antes da largada



          Montei a estrutura da equipe, contratei um amigo que tinha uma oficina para me assessorar na pista o Marcio Alex, o carro chegou na quinta-feira, na sexta comecei a treinar, o carro falhava muito, tentamos reparar a falha, e vimos que o problema era na carburação, liguei para o Leandro e ele veio de Londrina, chegou pela manha de sabado em Campo Grande. Trocou os carburadores e fez mais alguns ajustes, fui para a pista e logo notei a diferença, comecei a virar rapido e ja era o melhor tempo, na tomada de tempos marquei a pole position. As etapas tinham o criterio de 2 baterias de corridas, para o podio se somava os pontos das baterias, na primeira larguei na pole e venci de ponta a ponta, na segunda bateria venci novamente de ponta a ponta fazendo tambem a melhor volta da corrida, no podio subi na primeira colocação, meu equipamento estava muito bem acertado, nao tive dificuldades de adaptação a esse estilo de pilotagem, como o carro não tinha muita potencia no motor, exigia uma tocada bem limpa, um minímo erro se perdia um monte, percebi logo que era esse etilo que tinha que ter.

Meu Pai, eu e o Leandro Totti


             Para a 2ª etapa o Leandro veio novamente, meu pai achou melhor ele estar nas corridas para fazer os acertos. Nos treinos fui o mais rapido, na tomada de tempo e fiz a pole position, na primeira bateria venci de ponta a ponta, na segunda venci novamente de ponta a ponta, resultando o primeiro lugar no podio.
             Na 3ª etapa corremos junto com a Pick-up Racing, fui rapido nos treinos, na tomada de tempo tive problemas com o carro e acabei nao fazendo, larguei em ultimo, na primeira bateria fiz uma corrida de recuperação e terminei em 4º lugar, na segunda bateria vim recuperando as posições e venci a bateria, na soma das duas baterias terminei em 1º lugar no podio.


Minha mãe e um futuro campeão

             Na 4ª etapa não tive problemas, fui o mais rápido nos treinos, para a tomada de tempo fiz a pole positon, na primeira bateria venci de ponta a ponta, na segunda bateria venci novamente de ponta a ponta, no podio terminei em 1º lugar.
           Meu pai deciciu abrir uma oficina mecânica, procuramos um galpão para fundarmos o Auto Center Motta, comecei a fazer cursos de mecânica e injeção eletrônica.


Fusca nº100 indo para 5ª vitória consecutiva

              No Campeonato estava na liderança isolada, ja era certo o meu título naquele ano. Para a 5ª etapa poderia acontecer algo impressionante, eu vencer 5 etapas seguidas, seria um recorde no Automobilismo do MS, nos treinos fui o mais rapido, estabelecendo o recorde de pista da categoria 1: 50.700. Na tomada de tempo marquei a pole position, na primeira bateria venci de ponta a ponta, na segunda bateria nao tive problemas e terminei em 1º lugar, entao completei o podio em 1º lugar pela quinta vez consecutiva no ano, algo dificil de ser batido.
             Na 6ª etapa poderia ser Campeão, mas parecia que não seria fácil, nos treinos meu carro apresentou problemas, na tomada de tempo fiz o 4º tempo, na primeira corrida meu carro não estava bom, não pude ter um desempenho legal, acabei me envolvendo em uma batida, voltei para a pista e completei em 4º lugar, na segunda bateria o carro melhorou um pouco e terminei em 2º lugar, na somatória das baterias terminei em 2º no podio, o título ficou adiado para a próxima etapa.


Recebendo a bandeirada de Campeão Estadual


              Na 7ª etapa estava bastante ancioso, nos treinos fui o mais rápido, na tomada de tempo marquei a pole position, na primeira bateria estava vencendo quando meu carro apresentou problemas e terminei em segundo, para a segunda bateria, acabei levando um toque e sai da pista, voltei e terminei em 4º lugar, na somatória fiquei com o 2º lugar e o título de Campeão estadual, fiquei muito feliz, comemorei muito com minha familia, era o primeiro título de um piloto no Mato Grosso do Sul em velocidade no Asfalto.




Contornando o cotovelo

                  Para a 8ª e última etapa queria fechar com chave de ouro, para mim não havia terminado o campeonato, eu queria mais, ser o mais rápido nos treinos, fazer a pole, vencer as baterias, procurei me concentrar ao máximo com minha equipe para não haver falhas, nos treinos fui o mais rápido, na tomada de tempo fiz a pole position, para a primeira bateria venci de ponta a ponta, estava tudo em ordem quando então chegou a chuva, tinhamos um problema meus pneus estavam gastos pois os speeds utilizam pneus normais de rua, e para a chuva se colocam pneus novos, tive que largar com os usados, larguei e na primeira volta fui superado, mative um ritmo bom e 2º lugar, a pista começou a secar e comecei a me aproximar, restando 5 voltas a pista estava apenas com algumas poças, encostei de vez no lider e comecei a preparar a ultrapassagem, quando recebi a placa de última volta era minha chance, na reta principal coloquei para ultrapassar, o curvao no final estava a favor do adversário, mas a pista do meu lado por fora estava limpa e a dele havia uma poça, entramos lado a lado no curvao, ele teve que tirar o pé, e assumi a ponta, recebi a bandeirada na 1ª posição, fui muito emocionante, fiquei muito feliz. O campeonato terminou, o saldo foi muito positivo, em 16 baterias venci 11, 6 vezes em primeiro lugar no podio, 6 poles e 6 melhores voltas das etapas, 5 vitórias consecutivas e o recorde da pista.



















sábado, 28 de janeiro de 2012

2002 - Fórmula Renault Brasil - A vitória da política sobre o esporte.

Fórmula Renault Brasil


              O ano começou e eu estava muito feliz com a minha melhor atuação da minha carreira no Automobilismo. Mas era preciso deixar as comemorações de lado e começar a trabalhar. Este ano iria estreiar a Fórmula Renault Brasil, uma categoria organizada pelo ex piloto de F1 Pedro Paulo Diniz, uma excelente categoria, com carros totalmente novos, transmissao ao vivo pela band, algo inédito no Automobilismo Brasileiro, tinha outros atrativos também, o Campeão ganhava uma Temporada na Fórmula Renault Italiana.
               Então fomos a luta, meu pai preparou toda a papelada do projeto para ser encaminhado na Fundesporte. Surgiu a notícia de que somente o meu projeto iria ser aprovado, a verba do governo estava curta e eles só poderiam apoiar um piloto do automobilismo, e como eu fui eleito por eles o melhor piloto do ano anterior nada mais justo. Mas esta notícia não veio somente para mim, ela foi para outros pilotos, eles buscaram meios politicos, ai a corda arrebenta do lado mais fraco, um presidente de camara aqui, um senador ali, então fizeram pressão para que se aprovassem o meu projeto o deles teriam que ser também, e o Governo decidiu que nenhum projeto para o automobilismo seria aprovado, meu projeto foi negado, é claro que o parecer final não foi esse, me falaram que eles não podiam avaliar quem teria o direito de ganhar o patrocínio, mas avaliar o ano anterior quem foi o melhor eles conseguiram, é foi a dura realidade, não tinha outros meios para captar recursos, na época em Mato Grosso do Sul não haviam empresas de nome, então aquele ano tinha acabado para mim, todas as equipes estavam ocupadas.
               Passei o ano pensando sobre minha carreira, buscando as empresas com meu pai, mas era tarde, todas ja tinham fechado seu pacote de marketing no ano anterior, a lei de incentivo estava para mudar no fim do ano, os esportistas estavam para ficar de fora, e as verbas só iriam para as federações, para organizarem os eventos esportivos.
               Era muito triste, mas eu não podia me abalar, estava com minha carreira em ascensão, mas parecia o fim, não via outra solução, para ir nas empresas teria que viajar, nao tinha como custear, o desejo de pilotar continuava, eu queria estar nas pistas, queria trabalhar com carro de corrida, era meu grande talento. Estava parado sem estudar, sem trabalhar, sem correr, precisava agir na minha vida.
               Decidi algo inédito na minha vida, entrei em contato com meu antigo preparador na Hot- Fusca, o Faracco. Conversei com ele que estava interessado em trabalhar na oficina dele, podia começar como lavador de peça, auxiliando na mecanica, pedi um salario de 100 reais por mês, coisa bem simbolica. Fui aprendendo algo novo, como era a mecânica num todo, senti a graxa na mao, o calor do motor, foram alguns meses, até as ferias, algo muito valido, para mim e para minha carreira.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

2001 - Fórmula Chevrolet - Emoção a flor da pele



Fórmula Chevrolet - Rio de Janeiro



                  O ano começou com muita expectativa, a Brasil Telecom ja tinha confirmado a parceria através da Lei de Incentivo, este ano disputaria a Fórmula Chevrolet, a principal categoria de carro monoposto no Brasil, chassis techspeed, motor 2.0 16v , cambio hewland 5 marchas. A equipe também estava definida era a M4t Racing, chefiada por Miguel Ferreira, eram os atuais Campeões na categoria B. Entramos com o projeto no governo que foi aprovado.
                  Estava em Brasilia para os treinos de pré-temporada, seria a primeira vez que pilotaria um carro da fórmula chevrolet, antes de sair para a pista sr. Miguel me disse : "vai com calma hein menino, isso é um carro de corrida de verdade", estava bastante nervoso. Ao sair para pista pude perceber logo na primeira acelerada que o carro era muito rápido, nas primeiras voltas fui bem cauteloso, conhecendo bem o equipamento, a pista era novidade também, nao teve disputa na fómula junior nela. Depois que estava bem familiarizado com tudo comecei a acelerar mais, a força G lateral era grande, o carrro tinha muito contorno de curva, o volante pesava muito, pois nao tinha direção hidráulica, depois da primeira sessão meu tempo já era razoavél, mas faltava muito ainda. Na segunda sessão me empolguei mais, o tempo começou a baixar, em uma reduzida ultrapassei o giro do motor e acabei quebrando, trocamos o motor e fó poderia andar no dia seguinte. Continuei os treinos e baixei mais o tempo, terminei entre os mais rápidos da minha categoria.


Fórmula Chevrolet - Curitiba


                  Fui para São Paulo para mais 2 dias de treino para a pré-temporada, meus tempos foram muito bons, estava me sentindo muito bem com o carro, tinha muita confiança nele, a cada sessão meu tempo baixava ainda mais, o entrosamento com a equipe estava muito bom, aprendia bastante sobre o carro, o sistema de telemetria, estudava muito meus pontos de freada e de aceleração, terminei em São Paulo como o mais rápido, estava muito feliz com meus resultados. Em Curitiba seria a última cidade da pré-temporada e palco da 1ª etapa em abril, conhecia bem a pista, estava muito confiante com meu desempenho. Curitiba é uma pista muito veloz, exigiria muito de mim. Comecei me acostumando com a pista, na primeira sessão terminei como o mais rápido, na segunda outros concorrentes melhoraram e terminei em 3º. Para o último dia, buscamos um novo acerto, o carro ficou melhor, consegui acertar os pontos errados, virei uma volta muito boa, próxima da melhor pole position do ano anterior. Terminei a pré-temporada como um grande nome para o título daquele ano.


Primeira vitória

                    Estava tudo pronto para o início do campeonato em Curitiba, minha família estava muito apreensiva, o evento era um dos melhores do Automobilismo Brasileiro. Nos treinos meu carro estava muito bem acertado, fui o mais rápido deles, na tomada de tempo me concentrei bastante, fiz umas voltas de aquecimento e coloquei pneus novos, acertei na última volta o tempo de 1:18.941, era o novo recorde da categoria B, fiquei na 3ª colocação no geral ( as categorias A e B andam juntas), foi algo surpreendente para todos. Antes da corrida procurei me concentrar ao máximo, eram 20 carros no grid, eu estava na pole da minha categoria e em 3ª na geral, tive uma boa largada, procurei não me envolver nas disputas da categoria A, mantive a 1ª colocação e abri uma boa vontagem sobre o segundo colocado, um pouco depois da metade da corrida senti a embreagem patinar nas saidas de curva, fiz o contato no rádio com a equipe que me passou para não forçar muito, reduzi o rítmo, a corrida passou de tranquila para tensa, mas graças a Deus terminei na 1ª colocação, minha primeira vitória no Automobilismo, comemorei muito, nunca tinha sentido uma felicidade tão grande, ao abraçar meu pai choramos muito, superamos muitas coisas para chegar naquela vitória.


Vitória na etapa de São Paulo

                  Para a etapa de São Paulo as coisas continuavam indo bem, fui novamente o mais rápido nos treinos e na tomada de tempo conquistei a pole position, larguei em 5º na geral. Para a corrida larguei bem, me mantive em primeiro toda a corrida, teminando em 1º, minha segunda vitória na categoriae em 4º na geral, era o líder do campeonato, apontado como o favorito ao título.
                 Em Brasília aconteceriam as 4ª e 5ª etapas, voltava ao circuito de ínicio, nos treinos estava muito bem, mas desta vez o piloto da casa Zeca Cardoso que era meu amigo já na fórmula Júnior estava muito bem também, a cada treino travávamos a disputa pelo melhor tempo. Na tomada de tempo da 4ª etapa cravei o melhor tempo e na tomada da 5ª etapa, fiz novamente a melhor volta agora estabelecendo o novo recorde do circuito com o tempo de 1:56.890. Na largada da 4ª etapa mantive a primeira colocação, depois de algumas voltas quebrou a 5ª marcha e fiquei sem reta, fui superado por dois competidores, terminado em 3º lugar. Para a largada da 5ª etapa me mantive na primeira colocação, até a metade da corrida fui muito pressionado pelo Zeca, a quarta marcha começou a escapar, o que me obrigava a contornar as curvas de alta velocidade somente com uma mão, acabei perdendo a colocaçao e terminando em 2º lugar. Havia terminado o Tornei Bosch que representava a primeira metade do campeonato, fui o Campeão, meu primeiro título brasileiro, fiquei muito feliz, minha família muito satisfeita, meus patrocinadores me elogiaram muito, minha equipe, todos que haviam me apoiado.


Acidente em São Paulo

                   Cheguei em São Paulo para a 6ª etapa, na sexta-feira foi a entrega dos troféus de Campeões e Vice do Torneio Bosch, estava presente toda minha familia, um momento de muita felicidade. Nos treinos a equipe testou algumas modificações, o carro ficou rápido e terminei os treinos como o mais rápido. Para a tomada de tempo meu carro apresentou problema e me classifiquei em 4º lugar. Para a corrida precisava fazer uma corrida de recuperação, larguei bem e fui buscando colocações, na 6ª volta estava na cola do 1ª colocado, contornei o S do Senna e na entrada da reta oposta coloquei do lado para fazer a ultrapassagem, quando estava lado a lado ele jogou o carro para cima, afastei o meu até chegar na grama, nao tirei o pé, ele jogou o carro novamente e tocamos roda com roda, meu carro foi lançado para o guard rail e meu carro capotou por 200 metros, fiquei desacordado até chegar no ambulatório, quando acordei achava que estava em goiânia, quando recordei meus sentidos lembrei de tudo, logo os médicos fizeram exames de sensibilidade nos pés, estava sentindo tudo, foi um grande alívio, percebi uma dor no pulso e tornozelo, fui levado para o hospital ainda havia suspeita de traumatismo craniano pois meu capacete tinha rachado, fiz todos os exames e nada foi constatado graças a Deus, quando estava no quarto minha namorada me ligou, tinha saido no fantastico, pronto estava famoso, durmi e pela manhã fui liberado.
                    Ao chegar em Campo Grande começava a batalha, não tinha mais um carro para correr e talvez não teria condições fisicas para correr na próxima etapa pois só tinham 20 dias para a corrida do Rio de Janeiro. O problema do carro foi resolvido, o filho do chefe da minha equipe o Mauricio (Full Time) que tambem tinha uma equipe na Fórmula Chevrolet vendeu um, mas o grande problema era ter condições fisicas para competir, os médicos de Campo Grande me falaram que eu precisava ficar 30 dias com o gesso e depois começar mais 15 dias de fisioterapia, era impossível diputar a próxima etapa. Então meu pai deixou nas minhas mãos, em momento algum ele me obrigou a nada, decidi tirar o gesso uma semana antes da corrida e fazer uma fisioterapia rápida até viajar para o Rio, eu me lembro que na viagem de carro fui fazendo compressas quente e fria. A dor no pulso encomodava e nao conseguia pisar no chao, o tornozelo não era tanto problemático pois era o esquerdo, eu só usava na largada, mas o pulso era o direito e usava para as trocas de marcha. Minha vontade de vencer e estar nas pistas superava toda a dor que eu estava sentindo.


Comemorando a vitória no Rio de Janeiro

                  No Rio de Janeiro muitos vieram me dar força, quando sai para os treinos estranhei muito o carro novo, estava ainda muito recente, meu psicológico ainda estava abalado, doía muito para passar as marchas, acabei me acostumando e comecei a virar rápido, terminei os treinos entre os 3 primeiros. Para a Tomada de Tempo fiz o 3º tempo. Para a corrida estava muito nervoso, procurei me concentrar ao máximo, não larguei bem, não tinha apoio no pé da embreagem, perdi algumas posições, antes da primeira curva me bateu uma total insegurança, não conseguia reagir, acabei perdendo o ponto de freiada e encostei no no carro do meu companheiro de equipe, nada aconteceu e continuei a corrida, estava em 6º lugar com um ritmo muito fraco, depois de 3 voltas comecei a reagir e voltar a confiança, uma força divina me tomou de uma forma que não sei explicar, fui passando os competidores até ficar em 3º atrás do 2º que era o piloto que havia me tirado, o líder quebrou e o pace car entrou na pista, agora estava em 2º e diputaria novamente a liderança com ele, a força nao me deixou e continuei firme, relargamos, agora estava estudando uma boa hora para a ultrapassagem, pois sabia que ele nao jogava limpo, fiz a ultrapassagem na reta principal sem problemas desta vez, faltavam 5 voltas, quando a placa de última volta apareceu meu coração foi na boca, fiz ela impecável, quando entrei na reta para a bandeirada minha emoção era tanta que comemorei e equeci de passar a marcha, bateu o limitador de giro e passei a marcha, o segundo colocado chegou a colocar do lado mas eu passei a 0.032 de diferença para ele. A emoção tomou conta de mim, nunca comemorei tanto uma vitória como aquela, chorava muito, venci algo muito importante na minha vida, essa força me ajuda até hoje, em momentos dificeis ela me guia.



Buscando um acerto em Goiânia


                   Fui para Goiânia, a pista estava muito ruim, era para corrermos em Campo Grande, a pista tinha acabado de estrear, mas o calendário já estava definido, não me acertei e terminei em 3º lugar. Na etapa do Rio de Janeiro novamente, não tive um bom desempenho e terminei novamente em 3º lugar. Em Curitiba, não estava indo bem, então meu pai se reuniu comigo e tivemos uma boa conversa, estava passando por uma fase ruim, não conseguia bons acertos no carro, na corrida meu carro quebrou e eu não somei pontos. Para a etapa de Londrina era minha última esperança para continuar na briga pelo título, nos treinos fiquei entre os 3 primeiros, estava me sentindo bem na pista. Na corrida vinha em 2º quando um piloto da categoria A saiu da pista por causa da chuva e acabou me atingindo me tirando da corrida, era o fim da briga pelo título, estava em 3º lugar no Campeonato, precisava vencer a última etapa e o lider tinha que fazer apenas 4 pontos.



Vitória na última etapa em SP

                  Chegou a última etapa em São Paulo, eu só podia pensar em vencer. Nos treinos a equipe teve um bom acerto, fui rápido e terminei entre os 3 primeiros. Na tomada de tempo meu carro apresentou um problema e acabei fazendo o 4º tempo. Estava muito decidido para a corrida sabia que tinha um bom carro, o problema foi solucionado, ainda tinha esperanças para o título, corrida só se define na bandeirada, o lider do campeonato iria largar dos boxes para não ter problemas, fiz uma boa largada e comecei a me recuperar, fui para 2º e depois assumi a liderança, venci a corrida, fiquei muito feliz, fiquei com o vice-campeonato, com os descartes 1 ponto atrás do Campeão. Comemorei bastante com minha equipe, minha familia e meus amigos.
                 Em Campo Grande iria acontecer a entrega do prêmio dos melhores esportistas do ano, evento organizado pelo Gorverno de Mato Grosso do Sul, fui eleito o melhor do ano na categoria Automobilismo, a cerimônia foi bem legal.
                Em São Paulo aconteceu a entrega do troféu de Campeão e Vice da temporada, ocorreu tudo bem, a festa foi bonita. Começava agora os preparativos para a próxima temporada, ja sabiamos que a Fórmula Chevrolet deixaria de existir e entraria em cena a Fórmula Renault. Em Campo Grande uma equipe trouxe 3 carros da Fórmula Renault Italiana para pilotos se adaptarem nos carros, estava presentes nomes como Lucas Di Grassi, André Prioste, Pedro Larriera, entre outros. Me adaptei bem ao novo carro, cambio agora era sequencial, diferencial blocante, era uma outra tocada. Tinhamos que esperar o começo do ano para entrar com o projeto no governo para conseguir o bonus, a Brasil telecom confirmou novamente o patrocínio através do bônus.